Para todos os nossos amigos, deixamos poesia de Natal:
Dia de Natal
Hoje é dia de ser bom,
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
de falar e de ouvir com mavioso tom,
de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.
É dia de pensar nos outros - coitadinhos - nos que padecem,
de lhes darmos coragem para poderem continuar a cantar a sua miséria,
de perdoar aos nossos inimigos, mesmo os que não merecem,
de meditar sobre a nossa existência, tão efémera e tão séria.
Comove tanta fraternidade universal.
É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
como se de anjos fosse,
numa toada doce,
de violas e banjos,
entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes,
a voz do locutor
anuncia o melhor dos detergentes.
Este poema consta da excelente Antologia de Vasco Graça Moura, que está disponível nas Bibliotecas do nosso Agrupamento:
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