Eis o nosso Convidado deste mês:
O fogo que na branda cera ardia
O fogo que na branda cera ardia,
Vendo o rosto gentil que na alma vejo.
Se acendeu de outro fogo do desejo,
Por alcançar a luz que vence o dia.
O fogo que na branda cera ardia,
Vendo o rosto gentil que na alma vejo.
Se acendeu de outro fogo do desejo,
Por alcançar a luz que vence o dia.
Como de dois ardores se incendia,
Da grande impaciência fez despejo,
E, remetendo com furor sobejo,
Vos foi beijar na parte onde se via.
Da grande impaciência fez despejo,
E, remetendo com furor sobejo,
Vos foi beijar na parte onde se via.
Ditosa aquela flama, que se atreve
Apagar seus ardores e tormentos
Na vista do que o mundo tremer deve!
Apagar seus ardores e tormentos
Na vista do que o mundo tremer deve!
Namoram-se, Senhora, os Elementos
De vós, e queima o fogo aquela nave
Que queima corações e pensamentos.
De vós, e queima o fogo aquela nave
Que queima corações e pensamentos.
Luís de Camões
in, https://pensador.uol.com.br/autor/luis_de_camoes/
Os livros têm os mesmos inimigos que o homem: o fogo, a humidade, os bichos, o tempo e o próprio conteúdo.
Paul Valéry
in, http://www.citador.pt/frases/os-livros-tem-os-mesmos-inimigos-que-o-homem-o-f-paul-ambroise-valery-406
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