segunda-feira, 5 de junho de 2023

Corre atrás da Cabacinha- atividade da turma 1CEC

 Projeto DAC “Vamos descobrir Livros”, turma 1CEC (1º ano) da Escola Básica da Cela

Corre atrás da cabacinha ...

A exploração da obra “Corre Corre, Cabacinha” de Eva Mejuto e do ilustrador André Letria, foi realizada em várias sessões.

1ª sessão:

Leitura e exploração da obraCorre Corre Cabacinha”, em coadjuvação com a Professora Bibliotecária Paula Príncipe (no âmbito do projeto aLer+ Leituras a Oeste, na vertente "Ler e Aprender") e com a colaboração da Encarregada de Educação Alexandra Torres.

- A leitura e exploração da obra que foi realizada, paralelamente, em português (pela professora titular de turma) e em espanhol (pela Encarregada de Educação de uma aluna).

- Os alunos realizaram a aprendizagem de palavras em espanhol, nomeadamente as personagens e elementos que aparecem na história.

- Os alunos, a pares, utilizaram os Tablet da Biblioteca para escreverem palavras em português e em espanhol.

Leitura da obra "Corre corre, cabacinha" e "Corre corre, calabaza"
 a 2 vozes, pela profª titular de turma, Tânia Moura (à dta.) 
e pela encarregada de educação Alexandra Torres (à esq, venezuelana)


Escrita a pares em tablets de palavras em castelhano

Ajuda da D. Alexandra, encarregada de educação


Panorâmica da sala de aula

2ª; 3ª e 4ª sessão:

Planeamento (Professora Titular de Turma e Alunos da turma) das atividades a serem realizadas para a compreensão da obra “Corre Corre, cabacinha”

- Aprendizagem de canções sobre animais, tendo sido selecionada a canção “O cuco da Floresta”.

- Investigação, nos computadores pessoais, das características de alguns animais mencionados na história.

-  Modelagem em plasticina da personagem “Leão”.

Exploração de personagens

Modelagem em plasticina

5ª; 6ª e 7ª sessão

Tendo por base, a obra “Corre Corre Cabacinha” de Eva Mejuto, a professora Titular de Turma (Tânia Moura), criou um Jogo interdisciplinar (Português; Estudo do Meio; Música; Dança; Matemática – Pensamento Computacional), para ser jogado a pares, com recurso a robôs (Blue-Bot).

- O Jogo foi desenvolvido sob a orientação da Formadora Andrea Osório, no âmbito da formação “Ferramentas de Programação no Jardim de Infância e 1º Ciclo do Ensino Básico” e foi aplicado em sala de aula, em diferentes momentos.

Jogo interdiciplinar com recurso a robôs e com utilização de pistas escritas.



sexta-feira, 2 de junho de 2023

Ser Escritor é Cool - 3º desafio - Secundário

Divulgamos um texto que esteve a concurso do 3º desafio do concurso promovido pela RBE "Ser Escritor É Cool", na modalidade de texto. Parabéns Letícia Pereira! 

Vida como eu te vejo

    A vida… como poderei falar dela? Bem, retrato-a como se eu estivesse numa jangada no meio do oceano, por vezes sinto-me bem como num lindo dia, que me permite avançar mais em direção à terra, e, quando finalmente, a avisto, uma grande tempestade encurrala-me, as correntes marítimas entram em debate entre elas, o vento sopra agressivamente contra a minha pele, a chuva cai sobre mim tal como os meus pensamentos mais destrutivos; As ondas elevam-se tal como a minha raiva e a jangada cada vez mais fica destruída e consumida pela tormenta e dor do mar, a sua imensidão e intensidade a imporem a sua presença e eu, meramente lá existo.

    Seria errado da minha parte dizer que a minha vida se resume os piores momentos, mas de facto, eu, um ser humano tal como vós, tenho mais facilidade em lembrar-me do pior, aquilo que me destrói, que me envenena a alma. Por vezes, dou por mim a pensar se a minha vida fosse diferente, qual seria a minha visão do mundo, mas não posso ter outra se não a minha. Qual a razão de querer outra? Já não me chega esta? Seria feliz ou estaria com a mesma questão? Estaria eu, realmente, satisfeita com ela? Ou pensaria o mesmo que neste momento?

    A minha mente viaja nas colinas do meu ser, pelos altos e baixos dele, aqueles instantes em que me sinto viva e outros em que sinto que sempre estive morta por dentro, tal como os gestos de um maestro que controla a orquestra da minha narrativa, as suas mãos estão em total controlo e a orquestra tal como os instrumentos o seguem.

    Levo a minha mão junto ao coração e a outra à cabeça. Questiono-me qual deles controla as minhas ações, se as emoções ou a racionalidade, mas acho que ambos se alternam, apesar de o meu coração se querer reformar do posto e deixar um testamento em que passa tudo o que tinha para a minha cabeça. Dói muito, o que já passei e o que imagino passar, não sou capaz de sonhar algo sem que lá esteja dor, mas se sou o que sou hoje é por ela, ensinou-me muito, que nem tudo é um lindo dia no mar. Nem sempre avisto terra e que tenho que me preparar para andar à deriva sozinha por muito tempo, mas além disso que a minha vida é mesmo assim dolorosa, apesar de ninguém ter dito que seria fácil.

    Há um cenário que tenho tido imensas vezes quando reflito sobre a minha vida, estou a entrar num edifício que parece um hotel, passo pela receção e entro no elevador e mesmo sem clicar em nada ele começa a subir, a lista de números parecem intermináveis, as portas do elevador abrem-se consecutivamente a cada número, um a um e neles outra porta a frente, as dos quartos, abre-se ao mesmo tempo e em cada quarto reside uma memória marcante e pormenorizada que minha quer das pessoas envolvidas na minha existência. Tudo se passa diante dos meus olhos, desde o meu nascimento, os meus primeiros passos, o meu primeiro “crush”, o meu desgosto amoroso, o meu primeiro acampamento, bem, praticamente tudo o que fez de mim quem sou, e eu fico fixa no mesmo espaço a observar tudo. Continuo a subir e cada vez mais perto do fim, até que o elevador para numa última porta, mas esta não se encontra aberta, vou na sua direção e abro-a encontrando lá umas escadas em caracol. Subo-as e dou por mim num terraço. Chego-me à beirinha e ao olhar pra cima vejo as nuvens a deitar raios de luz. Um sentimento de paz e calma. Pelo contrário, em baixo, avisto fumo tal como das fábricas e salto, em vez de ir a uma velocidade célere vou quase que a flutuar e entro na camada de fumo que consigo tocar com os dedos. Quando já me faltam milímetros para chegar ao pavimento, fecho os olhos e encontro-me no mar, fico lá a pairar, avisto o pôr-do-sol com as suas cores que invadem o céu e o brilho da água encandeia-me. Sinto um tentáculo a agarrar o meu pé e arrastar-me com ele, com uma força firme e deixo-me ir sem me debater, fecho os olhos de novo e agora estou na parte escura onde residem os animais marinhos assustadores que nadam ao meu redor com as suas luzes encadeantes, não sinto receio em vez disso fico a observá-los e admirá-los, até bolhas de ar aparecerem e eu começo a morrer plena, fico estática de olhos abertos enquanto cores reluzentes refletem-se no meu rosto que apesar de eu parecer distante, irei gravar na minha alma aquele momento para sempre.

    Vida, serás tu minha ou serei eu tua? Quem tem o controlo, eu ou tu? Vais comigo ou eu contigo? Quem completa quem? Quando a morte chega e me quer ocupar a carne, sou eu que te expulso ou tu decides ir embora?

    Permaneço no meu canto com mil perguntas para mim e para ti. O projeto que fizeste tem por aí as respostas espalhadas e cabe-me a mim as encontrar e as decifrar. No meu entender, as tuas lições são extremamente respeitadas, as tuas consequências temidas. Para uns, és curta e para outros duradoura, mas acredito que faz parte do destino que semeias, tanto me ensinas, dás e tiras, no fundo só esperas de volta um agradecimento e valor de todos. Serei eu ingrata por te ter? Sim, por vezes, não dou conta a sorte de ainda fazeres parte de mim ou eu de ti. Estou a fazer bem o meu papel? Era isto que esperavas ou estou a desiludir-te? Estou a desviar-me da grande estrada que me preparaste?

    Espero alcançar o melhor de ti, de me sentir bem contigo, espero não desiludir a pessoa que sou agora, que já fui e que virei a ser, que quando olhar para trás esteja orgulhosa e me sinta realizada, não é de facto predestinado que seja tudo bom ou tudo mau, tem haver equilíbrio, mas para o que der e vier sei que só permaneço contigo e tu comigo uma vez. Então, quero que seja infinitamente inesquecível até o teu fim no meu corpo, pois a alma vive e, enquanto houver alma, tu serás relembrada.

Letícia Pereira, nº 11, 10ºA

Maio de 2023